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Aumento da temperatura dos oceanos reduz número de tartarugas-verdes macho

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Aumento da temperatura dos oceanos reduz número de tartarugas-verdes macho
As tartarugas-verdes estão classificadas como em perigo de extinção

O aumento da temperatura nos oceanos está reduzindo a população de machos das tartarugas-verdes (Chelonia mydas) na Grande Barreira de Corais, na Austrália. A espécie tem o sexo determinado pela temperatura da água no período de incubação, sendo que fêmeas têm mais chance em águas quentes. A tendência foi apontada em estudo publicado neste mês na revista Current Biology. As tartarugas-verdes estão classificadas como em perigo de extinção na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

O levantamento comparou a população da espécie em duas regiões da Grande Barreira. O resultado foi que os ninhos das tartarugas nas praias ao sul, que são mais frias, apresentaram um índice de população feminina de 65% a 68%. Já nos ninhos que ficam nas praias ao norte, mais quentes, a proporção de fêmeas quase adultas chega a 99,8%.

“Os dados mostram que as tartarugas-verde do norte da Grande Barreira têm produzido principalmente fêmeas há mais de duas décadas. Isso significa que a feminização completa dessa população é possível em um futuro próximo”, alertou o estudo. Ambientalistas temem um colapso na espécie, visto que o réptil necessita do macho para se reproduzir e o local é o lar de uma das maiores populações de tartarugas-verdes do mundo.

Tartaruga-verde

A espécie habita mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e ao redor das ilhas. Raramente são avistadas em alto-mar; preferem águas costeiras com muita vegetação. Pesa em média 160 kg e mede até 143 centímetros. Sua alimentação varia de acordo com a idade. Quando filhote é onívora, depois se alimenta essencialmente de plantas. Ocorre no Brasil e suas áreas de desova são as ilhas oceânicas de Trindade, Reserva Biológica do Atol das Rocas e Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.