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2022 é o 5º ano mais quente da história

2022 é o 5º ano mais quente da história
Gráfico mostra a temperatura da Terra em 2022

Em tendência de aquecimento alarmante, o planeta bateu mais um recorde de calor. A temperatura média da superfície terrestre em 2022 empatou com 2015 como a quinta mais quente já registrada, indicou análise da Nasa, divulgada na última quinta-feira (12/1). No último ano, a temperatura global ficou 0,89ºC acima da média observada entre 1951 e 1980.

O ano passado foi um dos mais quentes já registrados, mesmo sendo o terceiro ano consecutivo de La Niña, fenômeno em que a temperatura do Oceano Pacífico tropical diminui. Os cientistas acreditam que a influência do evento tenha reduzido levemente as temperaturas globais.

Segundo dados da Nasa, os últimos nove anos foram os mais quentes desde o início dos registros modernos, em 1880. Isso significa que, em 2022, Terra estava cerca de 1,11 ºC mais quente do que a média do final do século XIX. A região do Ártico continua sendo a mais afetada, com aquecimento quase quatro vezes maior na comparação com a média global.

Comunidades em todo o mundo estão sofrendo os efeitos das mudanças climáticas, que intensificam tempestades tropicais, secas e chuvas. O Paquistão foi especialmente impactado por chuvas torrenciais de monção no ano passado, que inundaram 75.000 km2 no país. As inundações, consideradas as piores em uma década, trouxeram doenças infeciosas e escassez de alimentos.

No Estados Unidos, uma megaseca afetou a região sudoeste do território norte-americano. O país ainda enfrentou o furacão Ian, em setembro de 2022, que foi um dos mais fortes a atingir a Flórida. O ciclone de categoria 4, cujos ventos ultrapassaram 240km/h, causou centenas mortes e prejuízo financeiro entre US$ 50 e 65 bilhões (R$ 250-330 bilhões de reais).

Para Gavin Schmidt, diretor do principal centro de modelagem climática da Nasa, o aquecimento é resultado das atividades humanas que continuam liberando gases de efeito estufa na atmosfera. Após queda de curta duração em 2020, no início da pandemia, a concentração de gases voltou a subir. Em 2022, as emissões de dióxido de carbono atingiram seu ápice.

“Nosso aquecimento climático já está deixando uma marca: os incêndios florestais estão se intensificando; os furacões estão ficando mais fortes; as secas estão causando estragos e o nível do mar está subindo”, alertou o administrador da Nasa, Bill Nelson.