Embalagens descartáveis são proibidas em lojas de fast-food na França
Em mais uma medida para diminuir os resíduos de uso único, a França proibiu a utilização de embalagens, copos, pratos e talheres descartáveis em lojas de fast-food no país. A lei, que foi aprovada em 2020, mas só agora começou a valer, obriga cerca de 30 mil estabelecimentos a utilizarem recipientes reutilizáveis para alimentos consumidos no local.
Com a medida, o governo espera evitar o descarte de aproximadamente 180 mil toneladas de resíduos. A regra abrange qualquer item descartável, como papel e bambu, que são menos prejudiciais que o plástico, mas ainda assim causam impacto ao meio ambiente. Só a embalagem de papel para hambúrguer fica de fora do veto, por motivos higiene.
A lei abrange qualquer restaurante com mais de 20 lugares, incluindo também redes de padarias, cantinas de trabalho e restaurantes de sushi. A proibição é válida apenas para consumo nos estabelecimentos. Quem pedir comida para viagem continuará recebendo itens descartáveis.
Contraponto
O recente veto aos descartáveis ainda é visto com desconfiança e divide opiniões no país. Um ponto bastante criticado é a exclusão do delivery da proibição, mesmo que a modalidade represente mais de 70% das vendas em alguns estabelecimentos.
Para se adequarem à medida, as redes de fast food estão investindo em embalagens feitas de plásticos mais resistentes, que podem ser lavadas várias vezes. Embora sejam reutilizáveis, os materiais escolhidos podem não ser nada sustentáveis, pois demandam grande quantidade de água e energia para fabricação, e dificilmente são reciclados.
Ambientalistas questionam até que ponto vale a pena substituir descartáveis de papel, por exemplo, por plásticos reutilizáveis que demoram centenas de anos para se decompor na natureza. Segundo a organização de fabricantes de papel European Paper Packaging Alliance (EPPA), a maioria das embalagens de uso único tem taxa de reciclagem superior a 80% em toda a União Europeia.
“A maioria dos restaurantes de fast-food não mudará para o clássico vidro ou porcelana que dura anos, eles optarão por plástico rígido e temos preocupações com sua durabilidade – ele resistirá a centenas de lavagens ou será jogado fora depois de somente algumas? Estaremos atentos a isso”, afirmou Alice Elfassi, chefe de assuntos jurídicos da ONG Zero Waste France.
Poluição por plástico
Para atender a legislação antirresíduo aprovada em 2020, a França também adotou, no ano passado, conjunto de leis para diminuir a poluição por plástico. A medida mais importante foi o veto ao plástico descartável para embalar frutas e legumes, assim como fez a Espanha. Medidas semelhantes estão sendo tomadas em outros países da Europa, como a Alemanha, para adequar às diretrizes da União Europeia.
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