Array
Notícias

Bolsonaro corta R$ 35,1 milhões do orçamento para o Meio Ambiente

Array
Bolsonaro corta R$ 35,1 milhões do orçamento para o Meio Ambiente
Bolsonaro em entrevista para A Voz do Brasil. Crédito: Alan Santos/PR

O ano mal começou e Jair Bolsonaro já aprovou cortes na área ambiental. Ao sancionar o orçamento da União para 2022, enviado pelo Congresso, o presidente cortou cerca de R$ 35,1 milhões da verba prevista para o Ministério do Meio Ambiente. A autarquia mais afetada foi o Ibama, que terá R$ 25,8 milhões a menos em seus cofres, o que afeta principalmente as ações de controle e prevenção a incêndios florestais.

O orçamento para 2022 segue tendência do ano passado, quando o governo propôs a menor verba para a área ambiental em 21 anos, reduzindo em 27% o orçamento para a fiscalização e combate a incêndios florestais e em 32,8% o dinheiro destinado às unidades de conservação em comparação a 2020.

Embora os aproximadamente 3,1 bilhões destinados à pasta ambiental neste ano representem alta de 6% em relação a 2021 – que fechou com R$ 2,9 bilhões – o dinheiro ainda é insuficiente na visão de ambientalistas.

Os vetos no orçamento de 2022 atingiram em cheio a gestão do uso sustentável da biodiversidade e a recuperação ambiental, que sofreram redução de 8.593.992 reais. Em sua defesa, Bolsonaro afirmou que os cortes, que também afetaram outras áreas, ocorreram por “inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público”.

Suely Araújo, ex-presidente do Ibama e especialista em políticas públicas do Observatório do Clima, questionou os cortes em áreas que necessitam de mais investimentos. “Acho que o questionável é por que vetar logo incêndio, sendo que eles sabem que está precisando de mais dinheiro nessa área porque todo ano tem tido problema e tem sido insuficiente?”, indagou.

Reflexo no desmatamento

Para especialistas, os cortes orçamentários só vão intensificar os problemas ambientais, como o desmatamento. No ano passado, a Amazônia teve o maior índice de desmatamento dos últimos 10 anos, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O volume foi 29% superior ao de 2020, quando a floresta teve 8.096 km² destruídos, a maior área desde 2012.

Notícias relacionadas:

Brasil promete reduzir 50% das emissões até 2030, mas corta verbas para pesquisas sobre mudanças climáticas

Bolsonaro comemora queda de 80% das multas ambientais

Ministério do Meio Ambiente gasta 0,4% da verba prevista para 2020