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Testes de cosméticos em animais são proibidos no México

Testes de cosméticos em animais são proibidos no México

O México tornou-se o primeiro país da América do Norte a proibir testes em animais para fabricação de cosméticos e produtos de higiene. A nova lei, aprovada por unanimidade pelo Senado mexicano, também proíbe a venda, circulação e propaganda de produtos testados em animais fabricados em outros países. O veto vale tanto para produtos prontos quanto para ingredientes utilizados na fabricação de cosméticos.

Agora os produtos vendidos no país deverão conter selo indicando que são “livres de crueldade”. Os fabricantes terão prazo de dois anos para substituírem os testes em animais por métodos alternativos de avaliação de segurança e eficácia dos cosméticos. Estabelecimentos que comercializarem itens testados em animais poderão ser fechados e a pena para quem descumprir a nova regra é de dois a sete anos de prisão, além de multa.

“Ninguém pode ser contra proibir empresas e fabricantes de produtos de beleza de usar animais vivos em seus experimentos para todos os itens de beleza”, destacou o senador Ricardo Monreal, um dos autores da matéria.

A organização de proteção animal Humane Society International (HSI), comemorou a aprovação da lei e o sucesso do filme “Save Ralph”, animação que denunciou o sofrimento de coelhos explorados pela indústria cosmética, gerando mais de 1,3 milhão de assinaturas em petições no México contra os testes em animais.

“Este é um passo monumental para animais, consumidores e ciência no México, e esta legislação inovadora abre o caminho para que as Américas se tornem o próximo mercado de beleza livre de crueldade e nos traz um salto de coelho mais perto de uma proibição global”, apontou o diretor executivo da HSI, Antón Aguilar.

Tendência mundial

Contando com o México, os testes de cosméticos em animais já foram oficialmente proibidos em 41 países, além de 10 estados no Brasil e sete nos Estados Unidos, informou a HSI. Minas Gerais foi o sétimo estado a banir a prática com a promulgação da Lei nº 23.050/18.

Até a China – onde as leis sobre bem-estar animal são escassas – já revogou a obrigatoriedade do uso de animais em testes de produtos de beleza e higiene pessoal. Na União Europeia, a utilização de animais em testes de cosméticos e seus ingredientes é proibida desde 2009.

Segundo a Cruelty Free International, organização que luta pelo fim dos testes animais, a ineficácia dos experimentos é um dos principais motivos para aboli-los, já que animais não reagem da mesma forma que humanos a certas substâncias. Os testes também não são totalmente confiáveis.

De acordo com a ONG, cerca de 90% dos produtos falham em ensaios com humanos, apesar de resultados promissores em animais. A proporção de erros ainda é maior do que a de êxitos, por isso ratos, cães, coelhos e outros animais sofrem sem necessidade com testes dolorosos.