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Pantanal: onça-pintada resgatada em incêndio não poderá retornar à natureza

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Pantanal: onça-pintada resgatada em incêndio não poderá retornar à natureza
Amanaci ficou mais de 70 dias em tratamento no Instituto Nex. Crédito: Evaristo Sá/ AFP

A vegetação devastada e os animais queimados são alguns dos reflexos dos incêndios florestais que assolaram o Pantanal no ano passado. Apesar do trabalho heroico de ambientalistas e voluntários no resgate e tratamento dos animais feridos, muitos não retornarão ao bioma de origem. Este é o caso de Amanaci, onça-pintada que sofreu danos permanentes nas patas devido ao fogo, e não poderá ser devolvida à natureza.

Amanaci se tornou símbolo da destruição no Pantanal, junto de outras onças resgatadas em meio às chamas. Encontrada escondida em um galinheiro em Poconé, no Mato Grosso, ela foi encaminhada ao Instituto Nex, ONG que atua na preservação de grandes felinos.

Sob os cuidados da instituição, a onça passou por um tratamento com células-tronco para acelerar a cicatrização de suas patas. Após mais de 70 dias de tratamento, ela foi transferida para um recinto gramado dentro do Instituto Nex, em Goiás.

Para os cuidadores de Amanaci, sua recuperação foi uma grande vitória, mas as queimaduras que sofreu nos tendões, utilizados pelo animal para expor e usar as garras, impossibilitam a onça de caçar, escalar e sobreviver sozinha no Pantanal. Ela não teve a mesma sorte que Joujou, onça-pintada também resgatada em um incêndio no bioma, mas que foi solta neste mês na Serra do Amolar.

Incêndios sem precedentes

No ano passado, o Pantanal sofreu os efeitos do pior índice de queimadas da história. Aproximadamente 30% de seu território foi consumido pelas chamas, o que corresponde a mais de 40 mil quilômetros quadrados. Em 2020, foram registrados 22.116 focos de incêndio no bioma, mais que o dobro contabilizado em todo o ano de 2019: 9.928.