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Bacia do rio Doce perde 1.857 hectares de Mata Atlântica em dois anos

Bacia do rio Doce perde 1.857 hectares de Mata Atlântica em dois anos

Estima-se que os rios da Mata Atlântica abasteçam 120 milhões de pessoas. Em Minas Gerais, mais de 600 municípios dependem das bacias hidrográficas do bioma. Apesar da grande importância ambiental e para o abastecimento humano, essas áreas têm sofrido com o avanço do desmatamento, revelou monitoramento realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica.

Só a bacia do rio Doce, perdeu 1.857 hectares de Mata Atlântica entre 2018 e 2019. Entre suas seis sub-bacias, a mais afetada pelo desmatamento foi a do rio Suaçuí Grande, em Minas Gerais, com 969 hectares derrubados. Esta é uma das sub-bacias mais degradadas do rio Doce, com a perda florestal impactando diretamente na qualidade da água.

A tendência de desmatamento também foi observada em outras bacias hidrográficas do bioma. No Paraná, a bacia do rio Iguaçu teve mais de 1.000 hectares de Mata Atlântica desmatados nos últimos dois anos. O Estado, junto de Minas Gerais e Bahia, tem liderado o desmatamento do bioma.

O cenário é alarmante, visto que a boa qualidade das águas está diretamente ligada à preservação florestal. Manter a floresta em pé, é crucial para a manutenção do ciclo hidrológico, que garante as chuvas, retenção da umidade no solo, abastecimento dos lençóis freáticos e cursos d’água.

“As florestas são reguladoras do clima nas suas regiões e funcionam como esponjas. Ou seja, quando chove, elas armazenam água no solo para, aos poucos, abastecerem os aquíferos, as nascentes e os rios. Se falta floresta, falta água”, destacou Malu Ribeiro, gerente da Fundação SOS Mata Atlântica.

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