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Vídeos com animais silvestres proliferam no TikTok

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Vídeos com animais silvestres proliferam no TikTok
Crédito: Reprodução/TikTok

A cultura do “pet silvestre” tomou conta do TikTok. Vídeos de animais selvagens, como esquilos, guaxinins, macacos e até raposas sendo criados como bichos de estimação têm se popularizado na plataforma e preocupado ambientalistas, que temem o aumento do tráfico de animais silvestres.

Felícia Wilson é uma das tiktokers que ganhou fama postando vídeos com seus animais exóticos, Juno e Asha, dois servais africanos. Apesar dela ser licenciada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e conscientizar sobre os cuidados com a vida selvagem, os posts despertam, nos usuários, interesse em adquirir animais iguais ao dela.

No perfil da cuidadora, não é difícil encontrar fãs perguntando como e onde conseguir animais silvestres. Os servais de Wilson foram resgatados de proprietários abusivos e estão com ela legalmente, mas em muitos casos não é possível saber a origem dos animais, que aparecem em contas com milhares de seguidores.

Ainda há tiktokers que colocam em risco a saúde de seus bichos só para entreter os seguidores, como é caso do @marmosetmonkeys, que postou um vídeo de seu sagui comendo espaguete. Especialistas ouvidos pelo site Insider alertam que os vídeos estão enviando a mensagem errada e promovendo o tráfico de espécies selvagens.

Devido à falta de preparo de seus cuidadores, os animais também podem se machucar e até morrer. Um exemplo disso é a raposa estrela da conta @tod_the_foxx. Ela morreu, pois foi diagnosticada tardiamente com insuficiência renal, conforme informou o próprio dono do animal.

A veterinária-chefe do Hospital Veterinário Kleinburg em Toronto, Rebecca Greenstein, explicou ao Insider o quanto é difícil conseguir o veterinário certo para um animal de estimação incomum, até mesmo nas grandes cidade, sem contar o alto custo do tratamento e alimentação.

Esses animais também podem crescer mais que o esperado e tornarem-se agressivos, motivando o abandono. “À medida que eles se desenvolvem e os hormônios sexuais aumentam, eles podem se tornar animais completamente diferentes, o que pode ser muito perigoso”, disse Evan Antin, do Hospital Veterinário de Conejo Valley.

Comércio

De acordo com a World Animal Protection, milhões de animais silvestres são criados em cativeiro ou roubados da natureza para servirem como bichos de estimação. Mesmo que legalizada, a criação em cativeiro aumenta a demanda por animais selvagens, colocando em risco as populações de vida livre.

Além disso, muitos espécimes traficados são vendidos em canais legais e os consumidores nem sempre estão conscientes de sua origem ilegal. Silvestre não é pet, diga não ao comércio de animais selvagens e acabe com essa crueldade.