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Mais de 200 ambientalistas são assassinados em 2019

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Mais de 200 ambientalistas são assassinados em 2019
Líder indígena Paulo Guajajara foi um dos ativistas assassinados em 2019 no Brasil/ Crédito:Patrick Raynaud/Mídia Índia

O relatório da ONG internacional Global Witness, publicado nesta terça-feira (28), revelou o número recorde de ativistas ambientais e dos direitos humanos assassinados no ano passado: 212. Só o Brasil foi responsável por 24 execuções, ficando no terceiro lugar do ranking mundial de mortes de defensores da terra e do ambiente.

No relatório divulgado no ano passado, referente aos assassinatos de 2018, o Brasil havia ficado no quarto lugar do ranking, com 20 mortes, após as históricas 57 mortes contabilizadas em 2017. A nova alta no índice de assassinatos no país representa uma ameaça, sobretudo, aos defensores indígenas, que abrangem quase metade das perdas de 2019.

“No ano passado, os indígenas tiveram 100 vezes mais chances de serem assassinados do que qualquer outro defensor ou defensora da terra. Eles representaram 42% dos assassinatos que nós documentamos no Brasil, mas apenas 0,4% da população”, destacou Ben Leather, ativista sênior da Global Witness.

Leather acredita que os assassinatos representem apenas o ponto mais nítido dos riscos que os ambientalistas enfrentam. Ele citou as ameaças, a criminalização e os ataques contra os parentes como as principais dificuldades encaradas pelos ativistas no Brasil.

No ranking de mortes, o país ficou atrás apenas da Colômbia, com 64 assassinatos e Filipinas, com 43. Os estados que mais mataram ambientalistas no Brasil foram o Pará, que registrou sete assassinatos, Amazonas (cinco), Maranhão (quatro) e Mato Grosso (dois). Amapá, Bahia, Pernambuco, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Paraná registraram um assassinato cada.

De acordo com o levantamento, mais de dois terços dos assassinatos ocorreram na América Latina, o que classificou a região como a mais afetada desde que a Global Witness começou a publicar os dados, em 2012. “Em 2019, somente a região amazônica viu 33 mortes. Quase 90% dos assassinatos no Brasil foram na Amazônia”, indicou o estudo.

Entre os setores, a mineração continua sendo a atividade que mais gera conflitos e morte de defensores da terra e do ambiente, com 50 assassinatos ligados ao setor em 2019. As Filipinas lideraram as mortes decorrentes da mineração, com 16 execuções.