Notícias

Cresce o número de animais mutilados por linhas cortantes

Cresce o número de animais mutilados por linhas cortantes
Carcará não resistiu aos ferimentos causados por linha cortante e morreu no Cetas de BH. Crédito: IEF/Divulgação

O número de animais feridos por linhas chilenas e com cerol cresceu expressivamente na capital mineira, alertou o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Até agora, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Belo Horizonte atendeu mais de 60 aves com ferimentos causados por linhas cortantes, mais que o dobro registrado durante todo o ano de 2019.

O Instituto alertou para as consequências da prática, que além de criminosa, causa ferimentos, desde leves escoriações até mutilações de membros. Em casos mais graves, os animais podem morrer. Segundo a médica-veterinária do Cetas de Belo Horizonte, Érika Procópio, gaviões corujas e maritacas são as principais vítimas do cerol e das linhas chilenas.

Os pássaros são os mais vulneráveis, pois, além de serem atingidos durante o voo, eles utilizam esses materiais para fazer ninhos. Mesmo que sobrevivam, dificilmente eles conseguem retornar ao seu habitat natural, devido às lesões sofridas.

“No caso de ninhos feitos com linhas de cerol e chilena, os filhotes já começam a se desenvolver emaranhados nessas linhas, o que pode causar sérios ferimentos e gangrenas que resultam na amputação de um de seus membros, podendo até interromper suas vidas”, explicou Érika.

A suspeita é que a paralisação das atividades escolares presenciais contribuiu com o aumento dos acidentes, pois muitos jovens estão soltando pipas na ruas, como forma de lazer. De acordo com a médica-veterinária, no último mês, a equipe do Cetas de BH tem recebido diariamente aves feridas por esses materiais.

Denúncias

Utilizar linhas cortantes é proibido em Minas Gerais desde 2002. De acordo com o IEF, uma lei sancionada no ano passado, nº 23.515, faz com infratores reincidentes paguem mais de R$ 100 mil em multa. Pelo telefone 181 (Disque Denúncia) é possível denunciar o uso de linhas com cerol e chilenas de forma anônima.