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Pesquisadores criam plástico de mandioca

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Pesquisadores criam plástico de mandioca
Crédito: Gerhard Waller/ Esalq

Um plástico mais resistente, transparente e biodegradável, que tem como matéria-prima o amido de mandioca. Seu diferencial é o uso do gás ozônio para processar o amido e melhorar as propriedades do plástico. O produto foi desenvolvido em parceria por duas unidades da USP: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, e Escola Politécnica (Poli).

A parceria veio como uma complementação de pesquisas. A produção de plásticos a partir de amidos tem sido explorada há 15 anos pelo grupo da professora Carmen Cecilia Tadini, do Laboratório de Engenharia de Alimentos (LEA) da Poli e do Food Research Center (FoRC), um dos Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Por outro lado, desde 2015, o Grupo de Estudos em Engenharia de Processos (Ge²P) da Esalq estuda diferentes tecnologias para modificação de amidos e possíveis aplicações.

Os pesquisadores se uniram e desenvolveram uma técnica que utiliza gás ozônio para processar o amido e melhorar as propriedades do plástico, gerando um produto que poderá ser utilizado em vários tipos de embalagens. “Trata-se de uma tecnologia verde, amigável com o ambiente. Esse é o foco, modificá-lo com o ozônio de maneira a melhorar suas propriedades na forma nativa. Produzimos assim esse plástico biodegradável e, mesmo ainda na etapa inicial, já obtivemos um produto de boa qualidade”, explicou a pesquisadora boliviana Carla Ivonne La Fuente Arias, engenheira química e de alimentos, e o elo dessa parceria.

Segundo a pesquisadora, o processamento dos amidos com ozônio permitiu a obtenção de filmes plásticos mais resistentes e homogêneos, com diferente interação com a água e, em alguns casos, melhor transparência. “Essas são características de grande interesse industrial, demonstrando como a tecnologia de ozônio pode ser útil para a fabricação de plásticos biodegradáveis com propriedades melhores do que utilizando apenas o amido nativo”, disse Arias.

Um pedido de patente já foi depositado, visando a transferência de tecnologia para a indústria. A próxima etapa, que será executada na Poli, é a produção em escala semi-industrial.