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Autor do projeto que libera caça de animais silvestres é novo chefe do Serviço Florestal Brasileiro

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Autor do projeto que libera caça de animais silvestres é novo chefe do Serviço Florestal Brasileiro
Valdir Colatto/ Crédito: Luís Macêdo

O Serviço Florestal Brasileiro (SFB), responsável pela concessão de florestas públicas e pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), terá como líder o deputado Valdir Colatto, integrante da bancada ruralista do Congresso e autor da proposta que pretende legalizar a caça a animais silvestres no Brasil. Colatto foi indicado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, após o SFB ser desvinculado do Ministério do Meio Ambiente para integrar a pasta da Agricultura.

No fim de seu sétimo mandato como deputado federal, o político não foi reeleito. Mas não foi esquecido. Companheiro constante da ministra, é conhecido pelas críticas ao percentual de terras que devem ser preservadas nas propriedades rurais e por colocar os interesses do agronegócio frente à preservação dos recursos naturais. Em seus discursos ele alega que as atuais regras de conservação ‘oneram’ o produtor rural.

“O agricultor paga essa conta sem que haja nenhum dividendo para a cidade. Quem é que deixa 20%, 35% ou 40% da sua propriedade na área urbana para preservar o meio ambiente? Só a agricultura brasileira faz isso”, declarou em fevereiro do ano passado.

Em novembro de 2017, defendeu aumentar o desmatamento no Cerrado, questionando a viabilidade de preservar, por exemplo, “90 milhões de hectares do Cerrado, que são terras férteis que podem produzir alimentos para o Brasil e para o mundo”.

Valdir ainda é autor do Projeto de Lei 6268/16, que propõe legalizar a caça a animais silvestres no Brasil, afirmando publicamente seu objetivo é proteger a biodiversidade. Mas propõe matar animais que forem “considerados nocivos às atividades agropecuárias e correlatas”, inclusive em unidades de conservação e diz que caçar é esporte.

Para Dalce Ricas, superintendente da Amda, está ficando difícil dizer qual foi a pior medida do atual governo na área ambiental. “As florestas são lar de milhões de espécies animais e vegetais, não estoque de madeira ou terras. Sua gestão é antes de tudo ambiental, e qualquer exploração econômica tem de ser muito bem avaliada. Sua preservação tem a ver com o futuro do planeta e não poderia ser entregue a quem quer destruí-las”, salientou.

Para ela a nomeação de Colatto não é um ato solto, mas parte do processo de esvaziar a área ambiental do governo, sob princípio de que meio ambiente atrapalha o desenvolvimento.

Abaixo-assinado

Em repúdio à nomeação de Colatto ao Serviço Florestal Brasileiro, uma petição online foi criada e em menos de dois dias já conta com mais de 5 mil assinaturas. Para aderir, clique aqui.