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Dia da Sobrecarga da Terra deste ano é o mais precoce desde 1970

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Dia da Sobrecarga da Terra deste ano é o mais precoce desde 1970

Hoje, 1º de agosto, entramos no cheque especial com a natureza: a humanidade esgotou o estoque de recursos naturais que deveria perdurar pelos 12 meses de 2018. Este é o Dia de Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day) mais precoce desde 1970, quando o mundo estourou seu orçamento ambiental pela primeira vez. Os dados alarmantes são da Global Footprint Network, uma organização internacional de pesquisa pioneira na contabilização da nossa Pegada Ecológica.

O cálculo de Pegada Ecológica inclui todas as diferentes demandas sobre a natureza, como a de alimentos, madeira e fibras (algodão); absorção de emissões de carbono da queima de combustíveis fósseis; além de construções, estradas e demais infraestruturas.

Segundo o Global Footprint, a humanidade está exaurindo a natureza de forma 1,7 vezes mais rápida do que os ecossistemas do nosso planeta podem se regenerar. Isso é como se utilizássemos 1,7 planetas Terra. Os custos desse excesso global de gastos ecológicos estão se tornando cada vez mais evidentes em todo o mundo, manifestando-se em desmatamentos, secas, escassez de água potável, erosão do solo, perda de biodiversidade e acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera.

Mas podemos reverter esta tendência. Se conseguíssemos atrasar o Dia da Sobrecarga da Terra 4,5 dias todos os anos, seria possível retornar ao nível em que utilizamos os recursos de um só planeta até 2050. De acordo com a organização, reduzir a geração de resíduos de alimentos em 50% em todo o mundo poderia retroceder a data em 11 dias; reduzir o componente de carbono da Pegada Ecológica global em 50% retrocederia a data em 89 dias.

“Nosso planeta é finito, mas as possibilidades do ser humano não são. Viver dentro do orçamento de um planeta é tecnicamente possível, financeiramente benéfico e nossa única chance de um futuro próspero”, disse Mathis Wackernagel, CEO da Global Footprint Network e co-criador da Pegada Ecológica.

Pequenas atitudes podem produzir um grande impacto positivo e contribuir para adiar o Dia da Sobrecarga da Terra. Confira algumas sugestões do Instituto Akatu:

– Prefira o transporte público, bicicleta ou caminhada. O uso de veículos motorizados particulares tem um gasto maior de combustível por passageiro, o que significa maior emissão de gases de efeito estufa (GEE) por pessoa. Em excesso na atmosfera, esses gases não conseguem ser absorvidos na velocidade devida pela natureza, o que provoca uma sobrecarga no planeta.

– Diminua o consumo de carnes vermelhas. Todo o processo de produção de carne emite muitos gases de efeito estufa, o que sobrecarrega o planeta. A abertura de áreas para pastos é um dos principais motivos do desmatamento que, por sua vez, é uma das maiores fontes de emissão de GEE no Brasil. Além disso, o gado emite gás metano, um GEE produzido na sua digestão que também contribui para o agravamento das mudanças climáticas.

– Evite o desperdício de alimentos. A agricultura exige extensas áreas de solo, além de água e outros insumos. Jogar alimentos fora é também se desfazer de todos esses recursos. O processo de decomposição do alimento desperdiçado emite um gás chamado metano, um GEE mais poderoso que o gás carbônico. Portanto, evite jogar comida no lixo: planeje-se bem para evitar desperdício e utilize os alimentos integralmente: inclua sementes, talos, folhas e cascas nas receitas.

– Pense bem antes de comprar mais uma peça de roupa. Tudo o que consumimos tem um preço monetário e um custo referente aos impactos ambiental e social que não está considerado no preço. Com as nossas roupas não é diferente. De acordo com uma análise de ciclo de vida realizada por um fabricante global de roupas, ao longo da sua vida útil, a produção e manutenção de uma calça jeans geram o equivalente a 33,4 kg de gás carbônico, um dos gases causadores das mudanças climáticas.

Para calcular o seu Earth Overshoot Day e sua Pegada Ecológica clique aqui (disponível em inglês, espanhol, francês e italiano).