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Onça-parda é fotografada na zona de amortecimento do Parque Rola Moça

Onça-parda é fotografada na zona de amortecimento do Parque Rola Moça
Onça-parda é fotografada no Parque Rola Moça / Crédito: Amda

Na última semana, um brigadista da Amda registrou uma onça-parda (Puma concolor) na zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte. A presença do animal confirma a importância da preservação dos ambientes naturais da região, altamente ameaçados por loteamentos e incêndios.

A área onde o animal foi visto abriga expressivo remanescente de Mata Atlântica, ainda conectada ao parque. Um projeto de parcelamento de solo no local, denominado Campos de Cataguá, foi aprovado pelo município de Brumadinho em 1984. À época, apenas parte de sua malha viária foi aberta, sem licenciamento ambiental, e a área foi abandonada, permitindo que a floresta se recuperasse.

Em 2012, o Grupo Vitória da União recomeçou a implantar o loteamento – que recebeu o nome comercial de Vitoria Golf Residence Campos de Cataguá -, novamente sem licença. A Amda recorreu à Semad, que entendeu estar a área já urbanizada, mesmo diante das fotos de satélite mostradas pela entidade, e nada fez. O empreendedor asfaltou a estrada de acesso que tem cerca de 5,7 km. A Amda ajuizou então Ação Civil Pública contra Semad, prefeitura de Brumadinho e o Grupo.

A onça parda ocupa o segundo lugar da cadeia alimentar nas Américas, depois da onça-pintada. Para Dalce Ricas, superintendente da Amda, sua presença em área tão próxima à capital mineira é digna de comemoração. “Uma notícia como esta aumenta a esperança de que a região seja mais protegida contras as ameças constantes. Proteger a espécie significa proteger seu ambiente e tudo o mais: outros animais, a paisagem, cursos d’água, clima. Ainda bem que o combate aos incêndios e a vigilância contra atividades degradadoras na região vem crescendo significativamente entre seus moradores e frequentadores. Só falta consciência e ação do poder público”, afirmou.

Onça-parda

A onça-parda é o segundo maior felídeo neotropical, menor apenas que a onça-pintada. Ela pode atingir 1,08 m de comprimento, além da cauda, que pode medir até 0,61 m, 63 cm de altura e chega a pesar até 80 kg. Sua pelagem em geral é bege-rosado, mas pode também ser cinza, marrom ou cor-de-ferrugem. Entre os felinos é um dos melhores saltadores: consegue pular até 6 metros de extensão e de alturas de até 15 metros.

Tem hábitos solitários, com exceção das fêmeas com filhotes e casais em época de reprodução. O acasalamento pode ocorrer em qualquer época do ano e, após uma gestação de 13 semanas, nascem dois a quatro filhotes. Nas primeiras semanas de vida, os filhotes apresentam uma pelagem fina, macia, de cor amarelada e várias manchas escuras arredondadas. Elas desaparecem por volta dos seis meses de vida, quando predomina a colocação uniforme.

O animal tem uma alimentação variada, desde pequenos roedores até mamíferos de grande porte, como capivaras, veados, catetos, aves e répteis e pode predar animais domésticos. A destruição de seus habitats pelo desmatamento é a maior causa dos ataques e o animal acaba sendo culpado pelos proprietários rurais.