Array
Notícias

Movimentos contra touradas crescem em todo o mundo

Array
Movimentos contra touradas crescem em todo o mundo
Manifestante mostra cartaz durante protesto contra touradas em Bogotá / Crédito: Fredy Builes/Reuters

A tourada é um espetáculo sangrento no qual um toureiro irrita os touros e aos poucos os mata fincando espadas pontiagudas e enfeitadas em suas costas. Após longas horas de tortura, morrem pelo estresse, pavor e perda de sangue. De vez em quando, um toureiro morre. Mas nem por isto o touro que o mata sobrevive. Apesar de proibida em muitas regiões, as touradas ainda acontecem em alguns países, como Espanha, Portugal, Colômbia, Venezuela, Equador e México. De acordo com matéria publicada na Anda (Agência de Notícias de Direito dos Animais), anualmente cerca de 40 mil touros são mortos desta forma. Apenas na Espanha, quase 7 mil animais são mortos todos os anos.

Por outro lado, movimentos contrários à realização das touradas crescem a cada dia. Grande parte da população espanhola por exemplo, não sente mais “orgulho” pela “tradição”. Em Bogotá, na Colômbia, cerca de 70 manifestantes pintados de preto e vermelho participaram de ato na Plaza de Bolívar contra touradas, no dia 9 de janeiro de 2017, e foram severamente contidos e agredidos por policiais que utilizaram bombas de gás lacrimogênio e granadas. As discussões sobre as touradas foram retomadas este ano com o início da temporada no país.

Em julho de 2016, manifestantes dos direitos dos animais cobertos de sangue falso protestaram contra touradas um dia antes do início da famosa corrida de touros de São Firmino, festival que acontece em Pamplona, no norte da Espanha. Em Madri, milhares de manifestantes tomaram as ruas, em setembro de 2016, para reivindicar o fim das touradas.

Os manifestantes levaram cartazes com lemas como “Tourear, escola da crueldade”. Com megafones, porta-vozes do Partido Animalista contra os Maus-Tratos a Animais (PACMA) pediam “o fim de todos os espetáculos taurinos e festivos sangrentos”.

No México, protesto exigindo que as touradas fossem encerradas foi realizado em fevereiro de 2016, em frente ao Monumento a La Patria, localizado no Paço de Montejo. A manifestação foi convocada pela associação Anima Naturalis com o objetivo de que os legisladores proibissem a realização dos eventos porque eles “fomentam a violência e a indiferença com o sofrimento dos touros”. Os manifestantes enfatizaram que 90% dos mexicanos, segundo pesquisas especializadas, são contra a tortura perpetrada contra os animais e apoiam a proibição imediata dos espetáculos taurinos.

A crueldade começa antes da arena

A crueldade nas touradas começa na preparação para o evento, quando os touros são debilitados intencionalmente, por meio de sacos de areia colocados em suas costas, raspagem dos chifres, que compromete seu equilíbrio, e administração de drogas que diminuem sua força. Em Pamplona, na festa de São Firmino, os animais são soltos e percorrem as ruas estreitas até a Praça dos Touros. Durante o caminho, recebem pontapés, tapas e socos dos participantes, que ainda lançam objetos contra os animais. Quando chegam à praça, momento ápice da festividade, os touros participam das “touradas” e são cruelmente mortos.

A Anda divulgou fotos que mostram a realidade sangrenta no qual os animais são submetidos na festa de São Firmino. Muitos agonizam durante horas, depois de perfurados com as espadas, sangrando até morrer.

Veja a galeria de fotos no site da ANDA.