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Cinco formas de combater o aquecimento global

Cinco formas de combater o aquecimento global

Especialistas afirmam: sem mudanças, a humanidade não conseguirá barrar o aquecimento do planeta. Pouco antes da 24ª Conferência do Clima da ONU (COP24), pesquisadores identificaram o aumento das emissões de gases efeito estufa (GEE’s) e sua contribuição no aquecimento global. O alerta do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em outubro, não foi diferente: cientistas previram uma série de catástrofes naturais caso o acréscimo na temperatura global exceda os 1,5°C.

Frear as mudanças climáticas exige um esforço conjunto entre governos, empresas, instituições e cidadãos. Há diversas ações individuais que podem gerar impactos positivos no planeta e ainda inspirar outras pessoas a seguir o mesmo caminho. Destas atitudes, selecionamos cinco que você pode adotar:

1. Opte por meios de transporte alternativos

Além de prazerosos, passeios de bicicleta e pequenas caminhadas podem ser benéficos para o planeta levando em conta o grande volume de emissões geradas por carros e demais veículos motorizados. Apenas nos Estados Unidos, o setor de transportes responde por 28% de todas as emissões de GEE’s. O balanço anual do Global Carbon Project, divulgado neste mês, indicou que o setor energético, junto da indústria, registrou a maior alta nas emissões de dióxido de carbono (CO2) dos últimos sete anos.

Os automóveis também são uma fonte maciça de poluição atmosférica urbana e, especialmente, de nanopartículas, associadas ao aumento de doenças autoimunes às cardiovasculares. Estudo realizado em 2014 pelo Massachusetts Institute of Technology concluiu que, nos EUA, as chances de um indivíduo morrer em função de poluentes relacionados a veículos são maiores do que por acidentes de carro. Levando em consideração esses dados, uma ida a pé ou de bicicleta para o trabalho parece ser bastante vantajosa.

Veja os impactos do excesso de veículos no mundo.

2. Reduza o consumo de carne

Em estudo publicado na revista Nature, especialistas defenderam que mudanças na alimentação podem ser as melhores alternativas para reverter mudanças do clima. Para isso, as pessoas deveriam adotar dietas à base de vegetais, nas quais a carne até está inclusa no cardápio, mas em quantidades consideravelmente menores.

Os pesquisadores destacaram que uma redução de 73% do consumo de carne bovina e 88% de carne de porco reduziria pela metade as emissões de GEE’s da pecuária, uma das atividades que mais polui e sobrecarrega os recursos naturais.

Dados da campanha Segunda Sem Carne – que incentiva a substituição da proteína animal pela vegetal ao menos uma vez na semana – mostra que reduções no consumo de carne podem ajudar a amenizar nossa pegada de carbono. Estima-se que, por mês, o programa poupe 29 mil toneladas de CO2; 53 milhões de m² de terra; 16 mil toneladas de grãos para alimentação de gado; e 6 bilhões de litros de água. Uma das grandes conquistas do movimento foi a implantação da alimentação vegetariana em diversas escolas públicas de São Paulo, onde mais de 1 milhão de alunos têm acesso semanal à refeições sem carne.

Confira dicas para adotar uma dieta mais sustentável.

3. Jogue contra o desperdício

Outro ponto defendido pelos especialistas no artigo divulgado pela Nature foi a redução do desperdício. Uma limitação nos alimentos que vão para o lixo sem necessidade poderia reduzir em 16% algumas consequências da produção de alimentos, como emissão de GEE’s, degradação de terras e gasto de água doce. Sem essas mudanças, os impactos da agricultura sobre o ambiente poderiam aumentar de 50 a 90% até 2050, ultrapassando os limites do planeta.

A própria decomposição dos alimentos também emite gases de efeito estufa, portanto, seja consciente na hora das compras, leve para casa apenas o necessário e cozinhe só aquilo que for comer. Se mesmo assim restar alimento, reaproveite. As sobras podem ser incrementadas com outros ingredientes e dar lugar a novos pratos.

4. Evite itens plásticos

Um milhão de garrafas de plástico são compradas por minuto em todo o mundo. Menos de 50% são coletadas para reciclagem e apenas 7% são transformadas em novas garrafas. O restante é despejado em cursos d’água e vão parar no ambiente marinho, segundo André de Paiva Toledo, professor da Escola Superior Dom Helder Câmara e diretor do Instituto Brasileiro de Direito do Mar (IBDMAR). A poluição oceânica não é a única preocupação, afinal, a produção do plástico também emite gás carbônico, e em grandes quantidades.

Escolha produtos que possam ser reaproveitados e evite aqueles que serão descartados logo após o uso. Cada canudo de plástico, por exemplo, é utilizado uma única vez, por menos de 15 minutos. Por outro lado, é necessário cerca de 200 anos para se decompor. Será que ele é realmente necessário? Se a resposta for sim, que tal adotar um modelo de papel, bambu ou reutilizáveis de aço inox ou vidro?

Confira uma lista de dez itens plásticos para você abandonar hoje.

5. Use mais suas roupas

Há quem diga que repetir roupas é deselegante, mas do ponto de vista ambiental esta prática é mais do que positiva. De acordo com levantamento da Fundação Ellen MacArthur, o sistema linear de produção utilizado pela indústria têxtil extrai 98 milhões de toneladas de recursos não renováreis. Desse montante, a maior parte é de petróleo.

Mais de 1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente foram liberadas em 2015 e 93 bilhões de metros cúbicos de água são gastos por ano pela indústria do vestuário. Além disso, menos de 1% do material utilizado é reciclado e o número de vezes que uma peça é usada antes de ser descartada diminuiu 36% nos últimos 15 anos. Nesse modelo de consumo, a produção só aumenta e a quantidade de poluentes liberados na atmosfera também. Por isso, pense duas vezes antes de comprar uma nova peça, o planeta agradece.

Entenda os detalhes dos impactos da indústria têxtil no planeta.