Espécie da vez

Onça-pintada, rainha dos biomas brasileiros, ameaçada pelo desmatamento e ignorância humana

Onça-pintada, rainha dos biomas brasileiros, ameaçada pelo desmatamento e ignorância humana
Crédito: ICMBio

Grande, robusta, musculosa. Com pelagem amarelada coberta de manchas negras – um colorido que chama atenção e é copiado até pelo mundo da moda – ou enegrecida, como a noite, deixando as rosetas pouco evidentes. Tem comprimento variável de 1,10 a 2,41 metros e pode pesar de 35 a 148 kg, sendo as fêmeas menores que os machos. Suas pernas fortes propiciam que atinja até 63km/h e derrube a presa para depois prendê-la. É um importante predador, desempenhando papel na estabilização dos ecossistemas e na regulação das populações de espécies de presas. Na hora de matar, utiliza metodologia incomum mordendo diretamente através do crânio entre os ouvidos, uma mordida fatal no cérebro. Animal do crepúsculo, gosta de sair para caçar ao entardecer e amanhecer. Vive nas matas, em lugares sombrios e úmidos, perto de rios, pois gosta de nadar, e geralmente é solitária.

A onça-pintada (Panthera onca) também é conhecida como onça, pintada, onça-verdadeira, jaguar, jaguarapinima, jaguaretê, acanguçu. As que apresentam colorido muito escuro são chamdas de canguçu ou onça-preta.

Espécie de mamífero carnívoro, da família Felidae, ela é encontrada na Américas do Norte e do Sul, e considerada o terceiro maior felino do mundo, após o tigre e o leão, e o maior do continente americano.

Segundo a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN ou International Union for Conservation of Nature, em inglês), o animal pertence à categoria quase ameaçada, ou seja, é provável que venha a se
enquadrar em uma categoria de ameaça num futuro próximo.

O habitat da onça-pintada inclui áreas com elevado grau de conservação, com disponibilidade de alimentos e suprimento abundante de água. Como as áreas naturais com estas características estão se tornando raras, devido à fragmentação, destruição e alteração do ambiente, provocadas pelo homem, as onças-pintadas têm cada vez menos espaço para sobreviver. Por estes motivos sua área de ocorrência já está bastante reduzida, sendo considerada regionalmente extinta nos Estados Unidos (desde o século XX), na Guatemala e no Uruguai. No Brasil, ocorria em todas as regiões, mas atualmente está restrita a região Norte, até o leste do Maranhão, partes do Brasil Central e a algumas áreas isoladas das regiões Sul e Sudeste, distribuídas nos biomas Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal.

A caça é outro fator que ameaça a espécie. Com a redução de seu habitat e como necessita de amplo território para sobrevivência, a onça-pintada pode invadir fazendas em busca de animais domésticos. Quando isto acontece, os fazendeiros costumam caçar o animal, até encontra-lo e matá-lo. A bióloga Erli Schneider Costa enfatiza que “onças só atacam rebanhos domésticos quando não há caça natural disponível em seu território e isto ocorre porque, cada vez mais, áreas naturais são transformadas em áreas de pastagem para gado ou cultivo. Além disto, muitos exemplares são caçados para a exploração ilegal da pele, que mesmo com a comercialização proibida, tem alto valor comercial no mercado negro”.

A bióloga também lembra que, apesar de ser um animal muito temido, costuma fugir da presença humana. “Mesmo em histórias antigas, são raros os relatos de ataque ao homem. Quando estes ataques acontecem geralmente estão relacionados à defesa de filhotes, de presas recém abatidas ou até mesmo ataques para se defender quando estão sendo caçadas”, comenta.

Estratégia emergencial para salvar a espécie

Em uma tentativa de reverter o declínio populacional da espécie, em 2010, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), criou o Plano de Ação Nacional para Conservação (PAN) da Onça-Pintada. Foram estabelecidas metas prioritárias para sua conservação, por bioma, em resposta à diversidade de ameaças e problemas concernentes à conservação do animal.

De acordo com o ICMBio, para atendimento do objetivo do plano e das diretrizes, foram estabelecidas 46 metas e 167 ações relacionadas aos diversos problemas e ameaças. Assim, foram priorizadas, para cada bioma, um número máximo de 10 metas a serem executadas em até dez anos.

As ações do PAN deverão ser concluídas em dezembro de 2020 e as reuniões para revisão e de monitoria da implementação são realizadas bianualmente. O custo total do Plano foi estimado em R$ 12.670.000,00.

Fonte:
http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-plano-de-acao/icmbio_sumario-oncapintada-web.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/On%C3%A7a-pintada
http://www.infoescola.com/mamiferos/onca-pintada/
http://www.jaguar.org.br/pt/a-onca-pintada/index.html
http://ciencia.hsw.uol.com.br/onca-pintada3.htm