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Pesquisa aponta que brasileiro está mais consciente da relação consumo e meio ambiente

Pesquisa aponta que brasileiro está mais consciente da relação consumo e meio ambiente

Seis anos após a aprovação do novo Código Florestal Brasileiro, 82% dos consumidores de grandes cidades brasileiras gostariam que os produtos que adquirem seguissem a principal legislação ambiental do país. Foi o que constatou a pesquisa Consumo & Código Florestal, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) e Rede Conhecimento Social, a pedido do Observatório do Código Florestal. O levantamento ouviu 600 pessoas em seis capitais (Brasília, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo) no segundo semestre de 2017.

O levantamento tinha como objetivo compreender a percepção da sociedade sobre a relação entre produção de alimentos e ambiente e avaliar o nível de familiarização dos brasileiros com o Código Florestal.

A maioria (55%) considera que há relação entre a produção de alimentos e os problemas ambientais. Mais de 60% também leva em conta as etapas de produção quando compram ou consomem algo e veem muita relação entre o Código e a produção de alimentos.

Três em cada dez pessoas afirmam não conhecer o código, porém mais da metade dos entrevistados diz saber o significado dos principais conceitos da lei ambiental, como Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal, respectivamente 57% e 56%. Termos mais técnicos, como Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA) são mais desconhecidos para o consumidor, no entanto 26% e 34%, respectivamente, afirmaram conhecer.

Questionados especificamente sobre a relação entre a produção de alimentos e o Código Florestal, seis em cada 10 entrevistados afirmaram que veem muita relação, sendo que para 21% esses assuntos estão extremamente relacionados e para 40% estão muito relacionados. Apenas 4% não fazem essa ligação, enquanto 28 classificaram como mais ou menos e 8% como pouco relacionado.

Após tomarem conhecimento sobre algumas determinações do código, cerca de 60% se mostraram dispostos a pagar um pouco mais por produtos adequados à lei e que sejam ambientalmente corretos. Mas para saber se um produto é sustentável é preciso informar na embalagem. Em média 84% das pessoas declaram ter o hábito de ler as embalagens e, para a maior parte dos participantes, a melhor forma de identificar a adequação ambiental de um item é no rótulo.

Saber a procedência daquilo que se consome importa a 85% dos entrevistados, mas 42% disseram que concordam em ir às compras e escolher os itens mais baratos, independente da marca ou procedência. Quando questionados sobre as razões de não adquirirem determinado produto, o dano à saúde é o principal motivo. Aumento dos preços aparece em segundo lugar, seguido por queda na qualidade ou durabilidade e ser produzido de maneira ilegal. Danos ao meio ambiente aparecem em quinto lugar.

Retrocesso

A pesquisa aponta que a maior parte dos brasileiros se interessa pela procedência dos alimentos e gostaria que esse tipo de informação estivesse nos rótulos. Mas nem sempre dados de interesse do consumidor são disponibilizadas de maneira visível, como é o caso dos transgênicos.

Em abril deste ano, a Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou o fim da obrigatoriedade do símbolo de transgênico nas embalagens. O triângulo amarelo com a letra “T” informava de maneira clara ao consumidor que aquele produto possuía ingredientes geneticamente modificados.

Com a nova determinação, o símbolo de alerta foi banido dos rótulos e a informação de que o produto é transgênico se transformou em letras minúsculas. Além disso, os produtos que apresentarem menos de 1% de sua composição final transgênica poderão ocultar a informação, o que a legislação antiga (Decreto 4.680/03) não permitia.

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